De acordo com o anúncio da hidroelétrica, serão pagos naquele dia 6.300 milhões de meticais ao Estado (91,8 milhões de euros), enquanto acionista maioritário e 297 milhões de meticais (4,4 milhões de euros) a acionistas individuais, empresas e instituições nacionais.

"A distribuição de dividendos deriva do cumprimento das deliberações da assembleia geral ordinária sobre a proposta de aplicação de resultados líquidos de 13 mil milhões de meticais (190,8 milhões de euros), em que 55% foram alocados aos dividendos, 35% às reservas de investimento e 10% aos resultados transitados", refere a HCB, acrescentando que o pagamento destes dividendos "irá contribuir para a implementação dos planos de desenvolvimento socioeconómico" do país.

O Estado moçambicano detém 90% do capital social da HCB, desde a sua reversão para Moçambique, acordada com Portugal em 2007, enquanto a empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) tem uma quota de 7,5% e a Eletricidade de Moçambique 2,5%.

Os lucros da HCB, em Moçambique, aumentaram 41,4% em 2023, para 13.022 milhões de meticais (190,8 milhões de euros), recorde na empresa, uma das maiores produtoras independentes de energia da África austral.

De acordo com informação da hidroelétrica noticiada anteriormente pela Lusa, sobre o relatório e contas, este resultado "é o corolário da produção total gerada em 2023", que se fixou em 16.057,5 GigaWatt-hora (GWh), 12,36% acima do planeado e "a maior dos últimos oito anos".

"Mais ainda, é resultado da revisão bem-sucedida da tarifa de venda de energia ao estrangeiro", acrescenta a informação.

A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.

No final de 2022, a HCB contava com 780 trabalhadores e registou então lucros de 9.207 milhões de meticais (135 milhões de euros), mais 9,3% face a 2021.

Para o presidente do conselho de administração da HCB, Tomás Matola, citado na mesma informação, os resultados do exercício de 2023 são motivo de orgulho por representarem "uma das mais altas fasquias alcançadas" pela empresa, ao nível financeiro e de produção elétrica.

"Revela o nosso compromisso com uma gestão criteriosa e cuidada dos recursos da empresa. Encorajam-nos a prosseguir com a nossa visão de aumento da capacidade de geram de energia que terá impacto no posicionamento de Moçambique como 'hub' energético regional", acrescentou Tomás Matola.

O administrador assumiu ainda o compromisso "em fazer crescer as capacidades produtivas da HCB com a concretização de uma estratégia de diversificação e expansão da geração que minimiza o impacto da redução da produção durante a reabilitação e modernização da Central Sul", ao mesmo tempo que é projetado "um incremento da capacidade de geração para cerca de 4.000 MW, até 2032".

"Uma meta proveniente dos 2.075 MW da atual Central Sul, da capacidade da futura Central Norte (1.245 MW), da capacidade da Central Fotovoltaica (400 MWac) e de outros projetos de energias renováveis que se encontram em fase de estudo de viabilidade", concluiu Matola.

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